terça-feira, 29 de setembro de 2009

Ela é a poderosa


Era sábado de tarde, e Jessy acabou de chegar com seus filhos e seu marido em sua nova casa, ela estava felicíssima por sua chegada em um lugar tão… perfeito. Depois de olhar várias vezes em todos os tipos de jornais e na internet ela nem estava acreditando que achou aquele lugar: na janela de seu quarto via-se montanhas, seu jardim era uma micro-floresta com direito a um pomar e com sorte ainda podia-se ver alguns esquilos brincando. Ela estava se recuperando de uma crise de stress patológico e fora proibida de ficar em sua ex-casa, localizada em uma cidade muito conturbada.

Mas naquela casa, ela finalmente pensava em ter paz, ela era muito nova, queria esquecer seu passado e tentar uma nova vida.

Após descer as malas ela olhou a volta na casa, ajudou o seu filho mais velho a arrumar seu quarto, que provavelmente ficaria pouco tempo desta forma, pendurou os ursinhos de pelúcia de sua filha mais nova e foi deitar na sua cama. Jogou-se nela e sentiu uma paz tremendamente diferente como se nos últimos anos ela dormisse em uma pedra, ela se agarrou no travesseiro e passou um tempo pensando em que novas coisas a esperavam a partir daquele dia.

Estava quase para “cair nos braços de Morfeu” quando de repente ouviu a campainha tocar

– Estranho! Quem pode ser? Não chegamos nem há uma hora.

– Jessy – Seu marido entrou no quarto – Venha conhecer nossos novos vizinhos, eles parecem muito agradáveis.

Jéssica se levantou e foi até a cozinha onde havia um bolo e um lindo vaso de flores na mesa e uma senhora de cabelos louros encaracolados, pernas finas, uma roupa simples porém muito bonita e um sorriso muito acolhedor estava com seu marido um homem alto, negro, barrigudo, de barba muito negra e seu cabelo, ele tinha um sorriso com os dentes branquíssimos que pareciam porcelana, e seu filho era ruivo com sardas e olhos verdes, lacônico, mas simpático.

– Olá vizinha, meu nome é Emengarda e esse é meu marido Geofrei e meu filho Erick. Eu já tive a oportunidade de conhecer seu marido e sua filha, e ela é muito bonita, eu estava falando para seu marido para levá-la a uma agência para fazer comerciais, o Geofrei trabalha em uma e eles estão precisando de novas crianças para fazer um comercial de sapatos infantis. Ela tem um cabelo invejável esse negro e muito charmoso, e esse liso é natural ou você faz chapinha?

– Ah! Obrigada mas não temos muito interesse, eu acho que ela é muito nova para sofrer essa exposição. A senhora trabalha com o que?

– Eu sou batedora de carteiras, talvez eu consiga a promoção para assaltante, mas aqueles chefes, ai meu Deus!

Jessy e seu marido começaram a rir, mas os convidados ficaram olhando sem entender o motivo da risada.

– A senhora tem outro filho? Não é?

– Tem o Júnior, todavia ele está no seu quarto, ele gosta de ouvir musica tão alto naquele fone eu já falei que ele vai ficar surdo.

– É… pois é, está tarde e precisamos ir tchau!

Eles saíram e Jessy e Chris ficaram se olhando

– Você disse que eles eram simpáticos, mas parecem doidos!

– Amor, isso não é coisa que se fale eles foram tão gentis… eu já lhe contei a nova?

– Não!

– Arrumei um emprego.

– COMO?!!?

–Arrumei um emprego, o jornaleiro passou e jogou o jornal que tinhas um anuncio e consegui uma vaga para guarda de trânsito o carro chega amanhã.

– Chris nós acabamos de chegar como você já arranjou um emprego?

– Amor não reclame, minha avó já dizia “cavalo celado não passa duas vezes”

Jessy ficou confusa e achou estranho, mas como não podia se estressar ficou calada subiu para seu quarto. Chegando lá ela se sentou na cama e abriu um saco tirando dali um ursinho marrom, em um momento nostálgico começou a chorar por dentro e lacrimejando começou a gemer baixinho apertando o urso contra o peito. Enquanto isso seu marido entrou no quarto.

– Jessy, meu amor, lembre do que a médica falou, você não pode ficar sofrendo por causa disso. Já passou, olhe pra essa casa e a nossa chance de recomeçar, não jogue isso fora.

– Eu sei, mas… eu não posso, não consigo, esquecer sinto que foi minha culpa, eu não pude fazer nada ela estava na minha frente, eu não consigo fechar os olhos sem lembrar daquele momento ela gritava: mamãe não me deixa socorro. Mas eu gritei pedi ajuda mas ninguém me ouviu, era pra eu ter me jogado pelo menos eu teria a salvo.

– Jéssica, por favor, nós já falamos sobre isso, você fez o certo você sabia que você não sabe nadar fique certa pense nos meninos, eles também ficariam sem a mãe, mas, por favor, você não pense que eu não tenho coração, mas isso já faz tempo, não podemos parar nossas vidas. A Clarissa e o Júnior precisam de uma mãe, July foi uma grande filha, mas pense ela não iria querer que nós continuássemos nossas vidas?

Jessy enxugou seu rosto e colocou aquele pequeno urso na prateleira, deu um beijo no seu marido e se deitou.

– Amor, pega pra mim o meu remédio.

Chris pegou em uma gaveta um remédio vermelho e tirou um comprimido para dar para ela com água.

– Você é um amor, eu to com uma fome… faz aquela sopa que só você faz.

Chris saiu e ela pegou em cima do armário uma caixa de tralhas, presentes de natal, fotos, mas o mais marcante era o desenho feito no último aniversário para os pais, ela não parava de chorar, tinha a impressão que a filha estava viva, só não estava mais com ela, parecia que estava viajando. Ela ouviu um barulho na escada e guardou rápido a caixa no alto do armário.

– Meu amor, como você fez essa sopa tão rápida?

– Não fui rápido, eu acho que você cochilou.

– Acho que foi esse remédio ta me deixando meio “grogue”.

Jessy comeu e dormiu na verdade ela sentiu como se tivesse apenas se deitado e com pouco tempo acordasse de manhã, ela acordou com a sensação que passou pouquíssimo tempo, mas estava muito recuperada. Ela desceu e viu seus filhos comendo.

– Meus filhos já acordaram tão cedo?

­­– Mãe ­– disse Clarisse – parecia que a senhora não ia acordar, o papai já foi trabalhar, já esta muito tarde, o ônibus já está chegando, agente não pode se atrasar.

– Que ônibus?

– O da escola, aqueles amarelos grandes.

– Júnior não precisa ser tão... “fala” desse jeito com a mamãe.

– Escola? Agente chegou ontem como vocês já estão estudando?

– Mamãe a senhora parou no tempo foi? Ele matriculou e falou isso pra senhora.

– Por que o Chris me fala as coisas quando eu estou dopada? Ai!

Um ônibus amarelo para na porta da casa e buzina.

– Ih! Chegou! Beijo mãe.

– Tchau, Deus abençoe.

Quando ela foi deixar os filhos na porta ela viu um carro vindo buscar seu vizinho Geofrei estando ele de terno e sua esposa estava entrando em outro carro, vestida de preto com uma meia na cabeça.

– Isso é MUITO estranho.

Ela entrou e ficou assistindo TV e percebeu um quadro na parede.

– Mas o que é isso eu não lembro de ter esse quadro.

Era um casal, o quadro parecia valer bastante. Ela foi até o quarto e sentou ao computador.

– Quem sabe eu vou poder voltar à ativa…

Na tela do computador apareceu 3 empregos, office boy, boca de urna e cobaia no teste de remédios. Ao clicar no espaço da cobaia, pois estava curiosa, apareceu um aviso: inicio 11:00 o carro chega às 10:45. Ela olhou no relógio (10:40) e disse:

– Eu odeio esses trotes.

Minutos depois aparece um carro branco e buzinou.

– O que é isso? Eu nem dei endereço… não pode ser eles, eu vou ver quem é.

Ela desceu e ao chegar perto do carro e é puxada para dentro e leva um susto, só podia ver a silhueta do motorista que lhe fala, “puxa você demora...”

– Meu senhor eu acho que aconteceu um engano pra onde estão me levando?

– Para seu emprego.

– Eu não vou ser cobaia.

– Cobaia? Não você já foi promovida agora já é assistente de enfermagem.

– Hã?

– Chegamos.

Ela foi empurrada para fora e ficou na frente de um hospital. Onde tinha uma mulher sentada e ela se sentou do lado dela esperando que fosse atendida e alguém pudesse lhe explicar o que acontecia, mas passados alguns minutos chegou uma mulher austera e disse:

– Ótimo trabalho, tome seu dinheiro. O carro que vai levá-la para casa esta lá fora.

Ela iria querer falar, mas estava tão confusa que preferia ir para casa. Ela foi para o carro branco que quase imediatamente a deixou em casa.

Quando chegou seu filho estava assistindo à TV e sua filha brincava de boneca enquanto seu marido lia um livro de mecânica.

– Chris você não sabe o dia que eu passei hoje.

– Você também não, eu fui promovido para polícia militar.

– Polícia Militar! Mas pra isso não tem que fazer concurso?

– Não…

– “Tá”… mas mudando de assunto, muito bonito o quadro que você comprou.

– Que quadro?

– Esse… AI MEU DEUS!!

O quadro não estava mais lá.

– Que foi?

– Antes de eu ir para o trabalho eu vi um quadro com um casal.

– Como o da cozinha? – disse Clarisse

– É como o da… agente não tem um quadro na cozinha.

Vendo o quadro na cozinha Jessy diz:

– É, é esse você trocou de lugar?

Todos começaram a rir.

­– Mas é claro que não Jessy, desde que agente trouxe ele de Boston, na outra casa eu coloquei ele na cozinha lembra?

– Eu nunca tive um quadro assim!

– Jessy, agente “ganhou ele” nos 3 anos de casado, da minha tia que mora na Escócia.

– Que tia que mora na Escócia?

– A Gertrudes.

– Você não tem uma tia Gertrudes.

– Jessy, você tomou seu remédio?

– Não, mas… eu conheço você.

– Lembra da vez que agente foi na casa dela?

– Eu nunca fui para a Europa, meu sonho é ir para a Europa.

– Jessy agente vai pra lá todo o ano desde que a Clarisse nasceu.

Ela subiu e pegou um álbum de fotografias e viu fotos de várias viagens: Roma, Paris, Lisboa, África do Sul, Milão, Sidney.

– Eu nunca fui para esses lugares – sussurrou baixo.

Pegou o seu remédio em uma gaveta com as mãos tremendo e tomou a seco deitando esperando que aquele dia acabasse logo. Esperando acordar como se nada tivesse acontecido.

Jéssica acordou e desejou com toda força que o dia anterior tivesse sido um sonho. Ao descer viu Júnior sentado na mesa estudando que cena muito rara de se ver, pois ele além de ser revoltado também era muito preguiço, até havia uma sensação engraçada ao ver um garoto de cabelo espetado e piercing na língua, estudando, são coisas que não combinam bem.

– Meu filho você está fazendo o quê?

– “Tô” estudando Física.

– Nossa que bom! Não desista eu sei como você detesta física, mas a prova já ta tão perto assim?

– Não, vai ser daqui a dois meses e eu não estou estudando pra prova, é física quântica.

– Eu não sabia que já se dava isso no ensino médio de hoje em dia.

– E não dão. Eu já li todos os assuntos do ano inteiro, e me aprofundei em cada detalhe pesquisando até as outras obras dos autores recomendados e alguns outros, visitei os sites, fichei diversos livros sobre cada assunto, conversei até com alguns profissionais dessas áreas agora que vejo que se completou, parti para um estudo independente, peguei a planilha do atual acelerador de partículas, mas achei um erro fatal que poderia explodir o país, mas não se preocupe, já mandei um e-mail para os responsáveis, mesmo assim eu achei que a forma com que o choque de quartz ocorrerá, é muito falha. Por isso eu resolvi construir uma réplica melhor e fazer na nossa garagem!

Ela ficou pasma, aquele não era o filho dela, apesar de parecer, Jessy ficou muito assustada, ele odiava qualquer livro, só escrevia quando varava as noites na internet e expressava-se apenas com monossílabos em diálogos vazios cheios de anacolutos.

Chegou uma época a beirar a reprovação, só não reprovou por que um amigo foi lhe dar aula, ele era professor para os amigos, seus alunos davam ótimos resultados, mas não tanto quanto ela estava vendo naquele momento, por mais que seu amigo-professor se esforçasse ele não pode mudar um jeito de ser, trazia ótimos resultados mas do dia pra noite uma mudança assim?

– Ai! Meu Deus eu já acabei meu projeto, como o tempo passa rápido enquanto agente se diverte! Eu acabei de pegar um livro na biblioteca de Dostoievski, e nada como uma boa música para acompanhar!

Ele foi para se quarto e Jessy esperando ouvir a altura estapafúrdia de um rock vindo do quarto de seu filho saia uma das mais famosas sinfonias de Beethoven, por sinal sua preferida. Jessy se sentou e respirou profundamente, será que de repente todos começaram a enlouquecer, ou pior ela poderia começar a ficar louca.

– Eu tenho que pegar meu remédio. – pensou alto

– Mãezinha eu deixei em cima da mesa pra senhora – diz Clarisse

– Minha filhinha

– Mãe que foi? Parece que eu fiquei viajando.

– Eu estou com muito medo – sussurrou no ouvido da filha

– Medo de que?

– Tem reparado algo de estranho no seu irmão?

– Claro, agente ta falando do Júnior tem gente mais estranha? Que tipo de pessoa vai pedir Dickens no aniversário fora o meu maninho?

– Dickens? Mas desde quando ele gosta de ler isso?

– Mãe! Ele é o autor preferido dele desde…

O cano da pia estourou antes que Clarisse terminasse de falar molhando toda a cozinha.

– Clarisse! Ligue para o encanador rápido!

A garota corre para o quarto em segundos volta com um macacão rosa. E algumas ferramentas na cintura.

– Mãe, de licença que eu conserto.

– Clarissa VOCÊ NÃO SABE CONSERTAR, VOCÊ SÓ TEM NOVE ANOS.

Mesmo com a mãe falando isso ela foi em direção a pia e em segundos deu um jeito no escapamento de água.

– C-c-c-como vo-você fez isso!?!

– Eu li num livro de mecânica.

Enquanto falava isso o telefone tocou e veio um aviso com uma voz de gravação dizendo:

­– Senhora Jéssica Parker, a senhora faltou ao seu trabalho hoje que isso não se repita.

– Quem deu meu número pra essa gente? Eu to passado mal, num to entendendo mais nada! Eu vou comer.

– Mãe agente já vai pra escola a senhora fica bem?

– Fico, podem ir.

Jessy foi até a geladeira e preparou uns hambúrgueres, mas ouviu um barulho na sala estranho, foi verificar o que era com o copo de leite em um prato na mão e a carne na frigideira, mas levou um susto que derrubou tudo o que tinha na mão. Os móveis sem ninguém ter entrado na casa tinham sido trocados de lugar, e alguns tinham sido trocados por artigos de luxo e última geração. Jessy assustada deu um grito muito alto.

– Que foi dona Jéssica – disse uma velinha muito branca de uniforme.

– Quem é você!?! Como entro na minha casa!?

– Dona Jéssica, eu vim com a senhora de Boston, eu sou Megg, sua secretária há 15 anos desde que o Júnior nasceu.

– SAI DAQUI! EU NÃO TE CONHEÇO NUNCA TE VI!

– O seu Chris falou que a senhora não estava muito bem. Eu vou preparar um chá de erva-doce e a senhora vai se acalmar.

Ela subiu as pressas para seu quarto, muito confusa foi tomar ar na janela e viu uma luz estranha no alto do céu de pleno meio-dia (que não era o sol). Ela olhou no telescópio devidamente posicionado, que não estava ale nos últimos 7 segundos, e viu disco-voador sobrevoando a cidade e um feixe de luz foi em direção ao seu quarto um alien verde diz:

– Você descobriu nosso plano de penetrar na terra e não poderá ficar assim.

Ele tirou uma arma de plasma e deu um tiro no meio da testa dela, tendo ela morte subta… Mas quando! Eu to brincando! Se ele tivesse matado ela agora a história iria acabar e eu ia ter que procurar emprego de narrador em outra história, mas sim…

O disco voador estava vindo em direção a sua casa, mas parou no meio do caminho e abduziu a casa de sua vizinha Emengarda.

Ela desceu calmamente a escada sabendo que ela estava ficando doida e um alienígena não poderia estar ao lado, tinha que tomar seu remédio, quando a empregada velhinha chega aos pulos falando:

– Dona Jessy a casa da vizinha foi abduzida!

– AAAAAAAAAAAAAAAAAA! – As duas gritavam desesperadamente.

Nessa hora chegam as crianças da escola.

– Mamãe, a senhora nem sabe…

– A casa da vizinha foi abduzida!

– Não é isso, agente tava chegando à escola, mas um meteoro destruiu tudo… “inda” bem que agente não tinha descido, uma pena que a minha amiga Gabriela foi e explodiu dentro da escola, “poxa” eu tinha emprestado 25 centavos pra ela, e agora quem vai me pagar?

Jessy olhou para seus filhos e reparou uma coisa, os 2 estavam louros de cabelos enrolados e olhos verdes, muito bonitos, mas aqueles não eram os filhos dela.

– O que aconteceu com vocês?

– Nada, estamos bem… pelo menos a casa daqui do lado era desabitada há anos.

– VOCÊS NÃO SÃO MEUS FILHOS O QUE ESTÁ ACONTECENDO?

Nessa hora chega Chris e vê sua esposa apontando uma faca para seus filhos e para a humilde velhinha.

– JÉSSICA.

Ele a abraçou com toda a força.

– Se acalme. Foi um erro deixar você aqui amor, temos que lhe levar ao psiquiatra urgente.

– NÃO – Falou ela com uma voz entre os dentes – Eu não volto praquele lugar nunca mais!

Ela gritou e saiu correndo para seu quarto fechando a porta e chorando no canto do quarto. Seu marido sentou na beira da cama e falou

– Meu amor, é só uma temporada, até você ficar melhor você não tem condições de ficar assim.

– Não, não, não! Eu já passei muito tempo depois da morte da Jully quando eu vim aqui esperava recomeçar minha vida, com nova carreira, novos vizinhos.

– Jessy, não existem vizinhos, não existe carreira, não existe filha morta. Você voltou a ter alucinações nós nunca tivemos outra filha…, nós viemos para esse lugar porque o médico falou que você não podia viver em cidades grandes e poderia ter uma recaída. Então se acalme.

– Não olha esse urso, ela arrastava pela casa.

– Jessy você catou esse urso em um lixo.

– Mas eu tenho os desenhos, as fotos.

Ela foi a cima do armário pegar a caixa das lembranças, mas quando abriu ela estava cheia de cinzas.

– E as fotos nós tiramos fotos, muitas fotos ela falava que seu sonho era ser modelo, fazer comerciais.

Mas a garota não estava em nem uma foto, até aquelas que apareciam apenas ela estava um cenário vazio.

– Não, não pode ser!

Chris abraçou sua esposa enquanto ela chorava e quando ela olhou aquele não era seu marido o nariz era longo o cabelo era louro de olhos verdes.

– Sai de perto de mim!

Ela desceu as escadas e se sentiu encurralada por réplicas de sua família.

– Saiam!! AAAA!

Um terremoto começava, todos caíram e agarraram a mãe. Nesse momento o relógio de madeira que Jessy nunca vira antes estava na frente de uma lareira que não fazia parte da casa e agora estava em chamas junto com vários outros móveis, ela olhou e os alarmes de incêndio estavam desligados.

– Clarisse ligue para os bombeiros! – Disse Chris com uma voz diferente.

Mas o telefone tinha sumido.

Jessy pensou em correr da casa, mas misteriosamente as portas e janelas tinham desaparecido. Todos estavam no chão e a fumaça só aumentava pois não tinha escape, a não ser… Jessy se lembrou de seu quarto a janela poderia ser uma ultima saída. E tinha razão ela subiu (de novo) as escadas e pulou pela janela. Ao ver o carro do serviço que prestava no hospital não pensou duas vezes e abriu a porta da frente e dá de cara com um boneco. Assustada ela o joga pra fora e entra no carro. E acelera com toda a velocidade para sair da cidade.

– Você não esta pensando em sair, está?

– Não sei quem é você, não sei de onde vem essa voz, mas daqui eu saio.

– Não falhe assim comigo porque eu sou mais forte que você

Nessa hora um furacão surge na casa dela (que já estava em chamas) e destrói o que sobrou, e veio arrastando pelas casas destruindo o que estivesse no caminho perseguindo por traz.

– Eu vou embora.

Do lado direito, alienígenas jogavam raios e destruíam as casas e praças assim como pessoas. E de seu lado esquerdo surge uma onda de no mínimo 50 metros. Ela estava a centímetros de sair da cidade, e a centímetros de ser completamente destruída.

E… ela passou o limite da cidade… mas voltou ao inicio da mesma. Vendo que não tinha saída desceu do carro e foi para o único local onde não via destruição: a beira da montanha. Ela correu desesperadamente, mesmo quase sendo acertada por alguns raios mandados por aliens, pedaços de prédios e até surpreendentemente uma vaca mandada pelo vento. Ela chegou perto da montanha e viu uma caverna com uma placa escrito: PERIGO, NÃO ENTRE.

– Bem,… pior que eu já to eu não fico.

Ela entrou e estava tudo escuro, por um tempo nada demonstrou sinal de vida.

– Jéssica, eu te admiro.

– Quem é? Quem é você? Por que faz isso comigo?

– Jessy, Jessy, você se esqueceu de uma regra, quem tem poder manda e eu mandei em você, eu te dei tudo perfeito, mas você não quis, até me diverti de ficar vendo seus sonhos,mas se tornou tão monótono, resolvi brincar um pouquinho. Que foi vai dizer que não se divertiu?

– Você é doente, por que você me persegue?

– Eu não te persigo, eu sou você, sem eu você não existe. Sou o seu passado, presente, e… bem digamos que essa será uma noite longa pra uma vida curta.

Ficou tudo no escuro e silêncio por um tempo.

– Mamãe!

– Eu conheço essa voz! Jully filha.

Apareceu em um feixe de luz uma garota com maria-chiquinha e com um ursinho na mão.

– mamãe eu to com medo!

– calma.

Nessa hora surgiu uma piscina e a garota começa a se afogar.

– Não filha, Não.

– Mamãe me ajude hah, socorro aaaa!

Sem pensar duas vezes Jessy se jogou para salvar a filha, mas ao cair ela caiu em água e começou a se afogar, e viu que estava em um rio e não tinha nem uma garota ao seu lado.

– Socorro, eu vou me afogar,hah, eu não sei nadar.

– Essa é a intenção, você ainda não percebeu? Você foi negligente.

– Por que você faz isso comigo?

– Me cansei de você.

Nessa hora aparece na beira do rio um ser de preto com uma foice.

Bye, bye Jessy.

– Você não tem dó?

– Não! Boa morte, hahahaah. Sonhe com os anjos.

O ser encosta nela a foice e ao mesmo tempo, naquele mesmo local aparece uma lápide.



AVISO: Bem se o seu objetivo era matar a todos você conseguiu, se não você pode tentar de novo reiniciando o aplicativo.

– “Eita” já ta muito tarde! O “paie” vem desligar o computador.

– Você conseguiu jogar direito hoje?

– Mas quando! aquela trapaça não funcionou direito, era pra ter deletado aquele bonequinho,mas não deu o maior trabalho. Esse jogo é complicado prefiro ficar brincando de carrinho mesmo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário